Agosto 2013 - Viagem ao Uruguay e Argentina

Quando se gosta de viagens e motocicletas (especialmente viagens DE motocicleta), não dá pra ficar muito tempo longe, por mais que o planeta te puxe para o outro lado.

"Mas, como assim? Todo final de semana você não está sobre a moto? Então como que não está viajando?"

Boas questões, mas, novamente, só os motociclistas de longas distâncias sabem responder com precisão: viagem pra se chamar "viagem", tem que superar as fronteiras do seu país, senão é passeio.

O interessante, é que enquanto a tal viagem não acontece, ela está sempre em planejamento: o Excel do meu notebook não é fechado desde janeiro (na verdade acho que desde sempre), com uma planilha de roteiro sendo construída, feita e desfeita.

A se considerar o longo tempo que não "viajo", desde janeiro (isso mesmo, janeiro) estou marcando e desmarcando uma data de partida.

E qual seria o destino? Bem, não importa muito, desde que cumpra a regra da aparência de viagem, ou seja, sair do país.

Moto pronta: sempre!

Na última tentativa, restou-me três costelas quebradas às vésperas de uma partida. E antes que culpem a moto, esclareço: foi treinando judô. Nem coloco na conta psicológica o trauma que é um evento desses na véspera de uma viagem. É como perder a final da copa do mundo... É trágico.

De maneira geral, os Long Riders não saem com grandes revoadas, mas quando não estão sozinhos, procuram contaminar alguns outros a empreitar seus delírios. Coitados dos amigos...

Desta vez, meu irmão, o Vado Menegassi, foi a vítima. O homem foi bombardeado todos os dias, incessantemente até o ponto de ter pesadelos comigo, tanta foi a perturbação. Mas ao final eu venci. Arrastei o pobre coitado para a via dolorosa tingida de preto com listras amarelas, onde a fumaça do óleo e os longos kilômetros/dia desafiam até os mais motivados. Acuado, ele se rendeu à insistência e está comigo nessa.

Qual é essa mesmo? Ah, sim! "Essa" é o que finalmente podemos nomear viagem (segundo o parâmetro "moto-adv-long-rider"). Ir até ali, no Uruguay e na Argentina, tomar vinho e comer un assado.

Serão pouco mais de 4000Km em 8 dias, mas vai ter pedigree, afinal vamos carimbar nossos passaportes, e é isso que vale. Quanto a provar os tanat´s uruguaios e os malbec´s argentinos, isto também conta, mas procurei uma forma mais

divertida e longa de se provar as uvas dos irmãos do sul.

Das novidades desta viagem, vai acontecer um fenômeno diferente. Pela primeira vez na minha história no motociclismo de viagem vou estar sem minha fiel companheira, minha esposa Rosana. Nós que sempre estivemos juntos pelos muitos kilômetros rodados, não conseguimos conciliar esta. Mas dezembro está ai, meu anjo, e os Andes estão lá, no mesmo magestoso lugar nos esperando.

A medida que desenrrolarem os dias, vamos postar alguns comentários e fotos também, afinal todo motociclista dessa tribo adora ir na garupa dos relatos, fotos e tracks dos outros irmãos. A família, aflita como sempre, também espera estes posts com ansiedade.

Pois bem, malas prontas e moto preparada (também desde sempre), partimos amanhã, 21/08/2013 para mais alguns kilômetros renovação espiritual sobre duas rodas.

Convidados? Vem conosco. Um forte abraço a todos.